Gênesis 2.10-14 fornece alguns indícios a respeito da localização genérica do Éden, mas pressupõe condições geológicas que não mais existem. Daí se deduz a imprudência de conjecturar a existência de um local mais preciso do que as cabeceiras dos rios Tigre e Eufrates, nas terras elevadas da Armênia (i.e. as fronteiras orientais da moderna Turquia).
O grande rio que sai do Éden subdivide-se no Tigre e no Éden subdividi-se no Tigre e no Eufrates, e depois em outros dois mais compridos (o Pisom, que desce até Havilá, ao longo da costa sulina da Arábia, e o Giom, que desce até Cuxe – que pode ter sido alguma região asiática do Leste, e não a Cuxe africana, ou Etiópia).
Isso revela tratar-se de um planalto elevado, uma região montanhosa (a qual assegurava temperatura amena e agradável para o Éden no verão), dispondo de copiosas fontes de água para suprir os quatro principais sistemas fluviais descritos nessa passagem. Havilá, por dentro do qual o rio Pisom passava, era rico em outro, especiarias e depósitos de pedras preciosas – encontradas em abundancia ao longo da costa sul e sudoeste da Arábia. Quanto a Cuxe, não encontramos indício algum; esse nome tem sido ligado por alguns estudiosos a Quis, na Suméria, ou aos cassitas (que se julga terem surgido na região montanhosa de Zagros).
A explicação mais plausível para o desaparecimento dos rios Pisom e Giom está na teoria do surgimento de montanhas que acompanhou as comoções continentais (a Arábia originariamente estava ligada à Somália e à Etiópia, nos períodos pré-históricos). A erupção de elevados teria aterrado os dois rios no período antediluviano. Seria algo análogo ao surgimento do monte Seir, em Edom, o qual impediu que o rio Jordão fluísse normalmente até o golfo de Acaba, que teria sido seu antigo leito.
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Fonte: Enciclopédia de dificuldades bíblicas, Gleason Archer, Ed Vida.
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