Quantos cegos Cristo encontrou, e quando a cura ocorreu: no momento em que ele entrava em Jericó , ou ao sair da cidade?
Em Mateus 20.29, somos informados de que Jesus e seus discípulos saíam de Jericó, quando dois cegos apelaram pela misericórdia do Senhor. Marcos 10.46 está de acordo que isso aconteceu quando Cristo saía de Jericó; mas esse evangelista menciona apenas um cego, dando seu nome: Bartimeu, filho de Timeu. Lucas 18.35 declara que “um cego” (não menciona o outro companheiro, nem dá o nome do primeiro), o qual ouviu falar de Jesus e seus discípulos que entravam em Jericó. O v.36 acrescenta que foi quando a multidão estava passando por ali (ochlou diaporeuomenou) que o cego começou a perguntar o que estava acontecendo. A seguir, ele se pôs a clamar, dizendo: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (v.38). Em seguida, os lideres daquela multidão começaram a repreendê-lo, para que ficasse quieto. No entanto, o cego gritava mais ainda, repetindo as mesmas palavras. No v.40, Jesus ouve o clamor e Pará, para atender ao pobre homem. Em seguida, o cego fosse é levado a Jesus (como em Mateus e Marcos) e faz seu apelo pessoal a Cristo: o desejo de ver.
Só depois de compararmos os testemunhos das três pessoas que escreveram a história em seus evangelhos é que obtemos uma compreensão melhor do episódio. De Lucas 18.35, ficamos sabendo que Bartimeu foi informado da visita de Jesus a Jericó quando o Senhor e seus discípulos entravam na cidade. A seguir, à medida que a multidão passava por ali, o cego tentou atrair a atenção de Jesus ao chamá-lo pelo nome, diretamente, do lugar onde estava sentado. Parece, contudo, que de inicio ele não obteve sucesso algum. Teria sido só depois de Jesus entrar na cidade, dialogado com Zaqueu, ensinado ao povo a parábola das minas, estando prestes a sair de Jericó, que Bartimeu finalmente conseguiu atrair a atenção de Jesus. É possível que isso fosse possibilitado pelo fato de a multidão estar mais quieta quando Jesus partiu, do que em sua chegada. Fosse como fosse, só nesse ponto é que Jesus parou e deu ordens para que o cego fosse trazido à sua presença.
Marcos 10. 46,47 deixa isso bem claro: “ E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu...estava assentado à beira do caminho. E, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Não podemos ter plena certeza de que se trata (v.47-48) do primeiro clamor, sem sucesso algum, à chegada de Jesus, ou se esses versículos revelam a subseqüente petição desesperada, quando Jesus saía da cidade. De Mateus 20.30, obtemos a informação mais clara de que essa última hipótese é a certa. É que Mateus 20.29 declara explicitamente que o diálogo com o cego ocorreu quando Jesus saía da cidade. Informa-nos Mateus mais ainda: Bartimeu havia ido buscar o companheiro, nesse intervalo. Parece que ele lhe falou sobre sua grande esperança de chegar à esperança de Jesus, quando o Senhor estivesse saindo pelo qual havia entrado. Talvez o outro cego não fosse um amigo íntimo, porque Bartimeu aparentemente apela a Jesus em seu próprio nome, pelo menos de inicio (Mc 10.48; Lc 18.39).
Bartimeu e seu companheiro anônimo movimentaram-se na direção de Jesus mais ou menos no mesmo passo. Enquanto abriam caminho até o Salvador, juntos pediram sua misericórdia (Mt 20.33). No entanto, por alguma razão, foi Bartimeu quem demonstrou maior energia ao importunar o Mestre, pelo que foi a ele que o Senhor dirigiu suas perguntas e advertências. A seguir, o Senhor curou o outro cego também, tendo talvez tocado os olhos de ambos com a mão, restituindo-lhes a vista (Mt 20.34). O resultado foi que ambos os homens se uniram à multidão que seguia Jesus e regozijavam-se ao testemunhar a todos que encontravam o que o Senhor havia feito por eles.
Os três relatos suplementam-se um ao outro, de modo que alguns fatos se salientam: 1) Bartimeu teve iniciativa, de ação, e não se desencorajou, firme na fé, ao apelar a Jesus pela cura. Seu companheiro tinha personalidade menos agressiva na abordagem em seguir Bartimeu e concordar com o que ele dissesse; 2) a persistência de Bartimeu era tão grande que ele não importando quão severamente o povo o repreendesse e ordenasse-lhe que ficasse quieto. Chegou a aguardar uma segunda oportunidade para continuar a apelar para Jesus, pouco importando quanto tempo o Senhor demoraria para realizar em Jericó o que estava determinado a ser feito. Portanto, Bartimeu esperava Jesus com muita determinação, e finalmente o Senhor passou pelo mesmo portão outra vez.
Mateus estava interessado em mencionar todas as pessoas que estiveram envolvidas nesse episódio (da mesma forma como só ele, dos sinóticos, registrou o fato de que havia dois endemoninhados que se encontraram com Jesus no território de Gálatas [Mt 8.28], mas tanto Marcos como Lucas falam de apenas um possesso tomado pela legião de espíritos maus). Mateus fica satisfeito em registrar o local da cura, enquanto Lucas dá atenção especial ao procedimento das pessoas, a partir do momento em que Bartimeu soube da chegada de Jesus – algo que Marcos apenas sugere, de leve, em 10.46 – pelo fato de estar interessado na persistência do mendigo em pedir a cura, até que essa se efetivasse. Quanto ao segundo cego, nem Marcos nem Lucas julgam-no bastante significativo sequer para ser mencionado; é de presumir-se que dos dois fosse a personalidade menos marcante.
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Fonte: Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas.
4 comentários
muitas riquesas nestes sites , é só ter tempo de se encher
Amém, muito bom!
quantos cegos avia em jericó ? na minha conclusão e 5 incluindo zaqueu o publicano que era cego espiritual e isso ?
Bom, mulheres e crianças não eram contadas nessa época, lembra da multiplicação dos pães e peixes, 5.000 homens fora mulheres e crianças, talvez o outro cego fosse uma mulher ou uma criança.
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