quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Jesus Cristo cria na exatidão da Bíblia hebraica?

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Para todo crente professo, a autoridade do Senhor Jesus é inquestionável e suprema. Se em quaisquer das perspectivas e dos ensaios registrados no Novo Testamento, o Senhor pudesse ser acusado de erro ou engano, ele não poderia ser nosso divino Salvador; o cristianismo todo seria uma ilusão, um embuste. Segue-se, portanto, que qualquer opinião sobre as Escrituras contrária a Cristo deve ser de imediato e sem maiores considerações rejeitada. Se há alguma coisa de importância no Novo Testamento é seu testemunho da divindade de nosso Senhor e Salvador – desde Mateus, passando por todos os livros, até o Apocalipse. Todos quantos se intitulam evangélicos concordam de modo cabal nesse ponto. Se esse fato é verdadeiro, segue-se que, seja o que for que Jesus Cristo aceitasse e nisso cresse, no que diz respeito à confiabilidade das Escrituras, deve ser aceito como verdadeiro, algo que está gravado na consciência de cada crente legitimo. Se Cristo cria na total exatidão da Bíblia hebraica, em todos os assuntos científicos ou históricos, devemos reconhecer que sua opinião nessas questões é correta e fidedigna em todos os aspectos. Ademais, tendo em mente a impossibilidade de Deus ser culpado de erro, precisamos reconhecer também que até mesmo questões de história ou de ciência, conquanto em si mesmas não teológicas, assumem importância de doutrina básica. Por que as coisas são assim? Porque Cristo é Deus, e Deus não pode enganar-se. Eis uma proposição teológica absolutamente essencial para a doutrina cristã.

Um exame cuidadoso das referencias que Cristo fez ao Antigo Testamento torna bem evidente, sem sombra de dúvida, que o Senhor aceitou integralmente como fatos reais até mesmo as declarações mais controvertidas da Bíblia hebraica, no que concerne à história e à ciência. Seguem-se alguns exemplos:

1. Ao falar de sua morte e ressurreição, que se aproximavam, Jesus afirmou em Mateus 12.40: “Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra” (NVI). Afora qualquer tendência de proteger uma teoria, é impossível extrair dessa declaração qualquer outra conclusão senão que Jesus considerava a experiência de Jonas um tipo (ou, pelo menos, uma analogia claríssima) que apontava para sua própria experiência, muito próxima, entre a hora de sua morte na cruz e a de sua ressurreição física, ao sair da sepultura na manhã da Páscoa. Se a ressurreição seria historicamente factual e se tornaria o antítipo da provação de Jonas no estômago do grande peixe, segue-se então que o protótipo em si mesmo pode ter sido um fato historicamente real – não obstante o ceticismo moderno a esse respeito. A realidade do fato da narrativa é confirmada também por Mateus 12.41: “Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora está aqui o que é maior do que Jonas” (NVI) – isto é, o próprio Jesus. O Senhor deixa implícito que os habitantes de Nínive na verdade atenderam ao apelo e à denúncia fulgurantes de Jonas, em humildade sincera e temor – exatamente como está registrado em Jonas 3. Jesus declara que aqueles pagãos ignorantes, que jamais tiveram conhecimento da Palavra de Deus, teriam menos culpa diante de Deus do que os judeus daquela geração, que estavam rejeitando a Cristo. Esse julgamento pressupõe com toda a clareza que os ninivitas fizeram com exatidão o que Jesus registra a respeito desse povo. Isso significa que Jesus não considerou o livro de Jonas mera ficção ou alegoria, como sugerem alguns pretensos evangélicos. Crer que Jonas é mera ficção é o mesmo que rejeitar a inerrância de Cristo e, portanto, sua divindade.

2. Outro registro histórico das Escrituras tido como histórica e cientificamente impossível é o da arca de Noé e do Dilúvio, que encontramos em Gênesis 6 – 8. Entretanto, Jesus em seu sermão no jardim das Oliveiras, afirmou claramente que “assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda [parúsia] do Filho do homem” (Mt 24.38,39). De novo Jesus estava predizendo que um acontecimento ocorreria no futuro, como antítipo de um fato passado, registrado no Antigo Testamento. Portanto, o Senhor deve ter considerado o Dilúvio história verídica, exatamente como está registrada em Gênesis.

3. O registro de Êxodo sobre a alimentação de mais de dois milhões de israelitas pelo milagre do maná, por 40 anos no deserto do Sinai, é rejeitado por alguns estudiosos que a si mesmos se intitulam evangélicos, chamando-o lenda. Mas o próprio Jesus o aceitou como fato histórico real ao dizer: “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram” (Jo 6.49). A seguir, no versículo seguinte, o Senhor se apresenta como o antítipo, isto é, como o verdadeiro Pão vivo enviado do céu pelo Pai.

4. Podemos afirmar com tranqüilidade e segurança que jamais o Senhor Jesus, ou qualquer de seus apóstolos, fez a menor insinuação de que houvesse alguma inexatidão de ordem cientifica ou histórica em alguma declaração do Antigo Testamento. Ao ceticismo cientifico ou racionalista dos saduceus, Jesus citou ipsis litteris Êxodo 3.6, em que Deus fala a Moisés de uma sarça ardente (arbusto que se queimava miraculosamente sem consumir-se), nos seguintes termos: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Mt 22.32). Pelo uso do tempo presente, que fica implícito na oração sem verbo do texto hebraico, o Senhor extrai a dedução de que Deus não se descreveria a si próprio como Deus de meros cadáveres, que enfeitassem túmulos, mas apenas de personalidades permanentemente vivas, que estivessem usufruindo a comunhão com o Pai na glória. Portanto, o Antigo Testamento ensinava a ressurreição dos mortos.

5. No que concerne à historicidade de Adão e de Eva, Cristo deixou implícita a veracidade do registro de Gênesis 2.24, em que se lê a respeito de nossos primeiros pais: “Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Mt 19.5). No versículo precedente, o Senhor referiu-se ao versículo 27 de Genesis 1, segundo o qual Deus criou a humanidade de modo especial, ao criar macho e fêmea – no inicio da história humana. A despeito das teorias, Adão e Eva foram personalidades verdadeiras, históricas. Encontramos confirmações semelhantes nas cartas de Paulo (que testificou ter recebido sua doutrina diretamente do Cristo ressurreto [Gl 1.12]), de modo especial em 1 Timóteo 2.13,14: “Porque primeiro foi formado [eplasthe, “moldado”, “criado”] Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora” (NVI). A questão tratada aqui nesse trecho é o contexto histórico da liderança e da responsabilidade masculina tanto no lar como na Igreja; pressupõe-se, portanto, a historicidade de Gênesis 3. A esse respeito, devemos notar que, em Romanos 5.12-21, traça-se um contraste entre a desobediência de Adão, que atirou a raça humana no estado de pecado, e a obediência de Cristo, cuja morte expiatória trouxe redenção a todos os que crêem. Está registrado no v.14 que Adão é um typos (“tipo”) daquele (Cristo) que havia de vir. Portanto, se Cristo foi uma personagem histórica, o antítipo de Adão, segue-se inevitavelmente que o próprio Adão também foi uma personagem histórica. Ninguém pode afirmar com sinceridade que dedica aceitação leal à doutrina da infalibilidade das Escrituras e ao mesmo tempo crer na possibilidade de Adão, o ancestral singular da raça humana, ser uma figura mítica, lendária. Esse trecho eminentemente doutrinário de Romanos 5 (que serve de base para a doutrina do pecado original), pressupõe que Gênesis 2 e 3 contêm história verídica, factual.

 

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Fonte: Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas

3 comentários

Educação Ativa disse...

É UMA PENA SABER QUE EXISTEM "CRENTES" QUE AINDA DUVIDAM DOS ACONTECIMENTYOS BÍBLICOS, POIS ATÉ A CIENCIA ,QUASE SEMPRE INCRÉDULA, CONFIRMA CADA DIA MAIS AS VERACIDADES DOS ACONTECIMENTOS BÍBLICOS... A BÍBLIA JAMAIS SE CONTADIZ.

EdLuan disse...

Wander,
Verdade meu querido. Obrigado pela vista e comentário. Volte sempre!
Abração

Anônimo disse...

Ótimo artigo. Quem não crê na inerrância das Escrituras e na divindade de Jesus não é um cristão, e fim de papo. Abraço.

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